terça-feira, 9 de setembro de 2008

Pequenas Estórias - Conselho a Hermes


Voa Hermes, voa. Já que tens asas, voa. Porém, pertinente seria lembrar que elas ainda não se recuperam por inteiro do último tombo. Assim como as asas quebradas de um anjo não servem a nada, a um mensageiro tão pouca utilidade teria, mas se queres voar, voe.

Seu objetivo é o sol, sempre foi, mas lembre-se dos fracassos anteriores, lembre-se que ele zombeteiro com seu calor, derrete a cera que cola suas asas e que com seu brilho o deixa hipnotizado.

Ó Hermes, o sol, por quê? O que tem de tão especial o sol? Por que não a lua, igualmente bela, musa das musas dos poetas que a cantam com anagogia?

Mula vê se aprende, voa baixa, leva suas mensagens e contenta-te a viver. Não somos nós que buscamos o sol e sim ele que de repente aparece, tocando nossa face com seus suaves dedos de fogo. Quando sentires esse calor saberás que foi ele quem veio até você.

Nenhum comentário: