sábado, 29 de março de 2008

Conto II - O pudim de leite e o Quindim

Ricardo tinha acabado de chegar à casa de sua amiga. Gostava dela deveras, de um jeito que esta nem poderia imaginar. Trouxera algumas guloseimas para adocicar a vida de sua secreta paixão.
“Oi Karina, estava vindo para esses lados, passei na padaria e trouxe umas bobagens para comermos”
Karina, já com água na boca, disse: “O que você trouxe Ricardo? Estava doida para comer um doce, você adivinhou, as vezes acho que temos algum tipo de ligação”. Sorriu envergonhada.
“É, quem me dera” pensou ele. “Pudim de leite condensado e Quindim, o que vai querer?” respondeu com a voz meio tímida.
“Tanto faz, escolhe você”.
“Olha, para mim também, pode escolher”.
Karina pensou, “Ai, eu gosto tanto de quindim mas com certeza ele vai querer o quindim”. “Tanto faz, já falei”.
“Sério Karina”, falou Ricardo, “gosto dos dois, pudim ou quindim, os dois são bons”.
“Ai, não sei, sério escolhe você”
“Adoro pudim, mas com certeza ela vai querer o pudim, melhor eu pegar o quindim... Não, melhor ela escolher”, pensou. “Não, você escolhe. Já falei, gosto dos dois”.
“Ai, esse quindim está com uma cara tão boa, mas tenho certeza que ele vai querer o Quindim”. “Está bem, fico com o pudim de leite. Tem certeza que você não quer o pudim?”
“Karina, pode comer o pudim, fico feliz com o quindim”.
“Tudo bem então”.
Comeram os doces, deliciaram-se, conversaram um pouco e Ricardo disse que tinha que ir. Karina insistiu para que ficasse um pouco mais. “Não quero ficar aqui te enchendo”, respondeu ele. “Imagina, adoro conversar com você, mas tudo bem, você deve ter outras coisas para fazer, não quero ficar aqui te prendendo”.
Se despediram. Enquanto olhava Ricardo se afastar, Karina pensou, “ele não é uma amor? Gostaria tanto que ele olhasse para mim com outros olhos... gostaria tanto que gostasse de mim como eu gosto dele”.
E assim acaba nossa história, Ricardo foi embora, sem pudim de leite e sem Karina e esta em casa ficou, sem quindim e sem Ricardo. É, as vezes a melhor coisa é falar o que se quer.

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